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Os desafios em ser uma pessoa LGBTQIA+

  • Foto do escritor: Fernanda Braga
    Fernanda Braga
  • 16 de jul.
  • 3 min de leitura
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A comunidade LGBTQIA+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros, Queer, Intersexo, Assexuais e outras identidades) enfrenta uma série de desafios e dificuldades significativas em diversos aspectos da vida, mesmo em países que possuem leis que garantem seus direitos. No Brasil, esses desafios são ainda mais evidentes devido a questões culturais, sociais e estruturais.

Até janeiro de 2025, o Grupo Gay da Bahia (GGB) documentou 291 mortes violentas de pessoas LGBT+ no Brasil em 2024. Destas, 165 eram gays, 96 travestis e mulheres transgêneros, 11 lésbicas, 7 bissexuais e 6 homens trans, mantendo o Brasil como um dos países mais letais para essa comunidade.

Em 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) equiparou a discriminação por orientação sexual ou identidade de gênero ao crime de racismo, determinando que crimes motivados por homofobia ou transfobia devem ser considerados hediondos.

Apesar dos números de violência, uma pesquisa do Pew Research Center revelou que 65% da população brasileira considera que a homossexualidade deve ser aceita pela sociedade.


Violência e Discriminação

  • Violência física e verbal: Infelizmente, o Brasil ainda é um dos países que mais mata pessoas LGBTQIA+ no mundo. Casos de agressão física, assédio verbal, ameaças e crimes de ódio são alarmantes e muitas vezes impunes. A transfobia, em particular, leva a números altíssimos de assassinatos de pessoas trans e travestis.

  • Discriminação institucional: Embora a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero seja criminalizada, na prática, ainda há falhas na aplicação da lei e preconceito em instituições como a polícia, o sistema de saúde e o judiciário.

  • Rejeição familiar: Muitos jovens LGBTQIA+ são expulsos de casa ou enfrentam severa rejeição familiar ao se assumirem, o que os leva à vulnerabilidade, à situação de rua e à falta de apoio básico.


Dificuldades no Mercado de Trabalho

  • Discriminação na contratação e no ambiente de trabalho: Pessoas LGBTQIA+ frequentemente sofrem preconceito em processos seletivos e no dia a dia do trabalho, com menos oportunidades de emprego, desenvolvimento de carreira e promoção.

  • Subemprego e informalidade: Travestis e mulheres trans, em particular, enfrentam altíssimos índices de desemprego e, muitas vezes, são empurradas para a informalidade ou para atividades como a prostituição, mesmo aquelas com boa qualificação.

  • Necessidade de esconder a identidade: Muitos profissionais LGBTQIA+ se sentem compelidos a esconder sua orientação sexual ou identidade de gênero no trabalho por medo de discriminação, assédio ou perda do emprego, o que gera estresse e impacta a saúde mental.


Saúde Física e Mental

  • Barreiras no acesso à saúde: A comunidade LGBTQIA+, especialmente pessoas trans, ainda enfrenta preconceito e falta de preparo de profissionais de saúde, resultando em atendimento inadequado, negação de nome social e dificuldade de acesso a tratamentos específicos (como hormonização e cirurgias de redesignação sexual).

  • Problemas de saúde mental: A discriminação, a rejeição social e a violência vivenciadas contribuem para altos índices de ansiedade, depressão, estresse pós-traumático e pensamentos suicidas na comunidade LGBTQIA+, especialmente entre os jovens.

  • Uso de substâncias: Há uma correlação entre a discriminação e o aumento do risco de uso de substâncias psicoativas, como forma de lidar com o estresse e o trauma.


Exclusão Social e Falta de Apoio

  • População em situação de rua: A rejeição familiar e a dificuldade de acesso ao mercado de trabalho são fatores que levam muitos jovens LGBTQIA+ à situação de rua, onde a vulnerabilidade à violência e à exploração é ainda maior.

  • Falta de espaços seguros: Em muitas comunidades e cidades, ainda faltam espaços e redes de apoio seguros onde pessoas LGBTQIA+ possam ser elas mesmas, se conectar e encontrar suporte.

  • Invisibilidade e estigma: A falta de representatividade em diversas esferas da sociedade, aliada ao estigma social, pode levar à invisibilidade das necessidades e particularidades da comunidade.


Desafios para Pessoas Transgênero

  • Burocracia para retificação de documentos: Embora existam avanços legais, o processo de retificação de nome e gênero em documentos ainda pode ser burocrático e exaustivo.

  • Violência específica: Pessoas trans e travestis são as mais vulneráveis à violência letal e sofrem com a transfobia cotidiana, incluindo desrespeito ao nome social, piadas e assédio.

  • Acesso limitado a direitos: A falta de reconhecimento pleno da identidade de gênero impacta o acesso a direitos básicos como educação, saúde e moradia.



Apesar de conquistas importantes, a comunidade LGBTQIA+ no Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer para alcançar a plena igualdade e o respeito. A conscientização, a educação e a luta por políticas públicas eficazes são essenciais para transformar essa realidade.

 
 
 

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© 2021 por Daniel Alvarenga

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