Adentrar a vida adulta subitamente não é nada fácil. Obviamente, um adolescente não possui as mesmas responsabilidades que um adulto de 25 anos, mas já começa a ter entendimento mais maduro sobre o mundo.
A eclosão de emoções e dúvidas, porém, não costuma ser bem processada durante a puberdade.
Os adolescentes reagem intensamente às decepções, erros, vitórias, realizações, relacionamentos e quaisquer situações comuns da vida.
Não é porque são dramáticos, mas sim porque algumas ligações no interior do sistema límbico, o grande responsável pelas emoções, ainda não estão totalmente formadas. Deste modo, a interpretação dos acontecimentos e emoções alheias não é tão crítica.
Por conta disso, eventos pequenos podem tomar proporções gigantescas e fugir do controle. Uma simples pergunta é capaz de aborrecer ou magoar. Um comentário pode ser mal interpretado. Quando se lida com adolescentes, a linha entre o aceitável e o desagradável é muito tênue.
As reações exageradas podem ser vistas como desagradáveis pelas famílias e, então, silenciadas. A repressão emocional, embora possa parecer transformar um adolescente grosseiro em um tranquilo, não é nada saudável.
A terapia na fase da puberdade concede esclarecimentos muito necessários para lidar com o turbilhão de emoções e as mudanças incessantes. Abaixo, veja algumas formas que a terapia pode abrandar a adolescência!
Busca pela identidade
Iniciar a busca pela identidade às cegas pode acabar em frustração em qualquer idade. Por isso, a terapia tem como um de seus alicerces o autoconhecimento. Além de identificar traços de personalidade, hábitos e comportamentos que podem estar gerando sofrimento, o ato de se autoconhecer também é acolhedor. A sensação de “sou um alienígena” desaparece ou se ameniza quando se descobre as razões para agir e/ou pensar de determinada maneira.
Gestão de emoções
O psicólogo instiga a reflexão sobre as emoções na terapia. Por que você se sente assim? O que pode ter causado tal emoção? Como expressá-la o ajudou ou o prejudicou? O que pode ser feito na próxima vez? Todas essas respostas são, eventualmente, respondidas pelo paciente à medida que ele aprende a gerir as próprias emoções.
O desenvolvimento da inteligência emocional na adolescência garante uma jornada mais tranquila pelas descobertas típicas desta fase, além de preparar o adolescente para uma vida adulta mais centrada.
Diminuição de conflitos familiares e entre amigos
Na terapia, o psicólogo também conduz os pacientes a pensarem sobre os conflitos vivenciados em seu círculo na sociedade. Como a vida social é de extrema importância para a maioria dos adolescentes, a terapia pode ajudá-lo a evitar conflitos e a compreender o seu papel no meio.
Além disso, pode instruí-lo sobre como evitar más companhias. Na adolescência, tende-se a ceder às pressões sociais para ser aceito. Ora partes da personalidade são reprimidas ora são exaltadas. Essas alterações recorrentes podem prejudicar a busca pela identidade e prolongar a sensação de “não-pertencimento” até a vida adulta.
Administração do estresse e da ansiedade
Os adolescentes estão sofrendo cada vez mais com a ansiedade e o estresse. A pressão imposta pela sociedade para desempenharem bem na escola e, logo em seguida, obterem excelência acadêmica e profissional está causando sérios danos à saúde mental dos mais novos.
A terapia é o antídoto para o excesso de estresse e ansiedade na vida diária, além de prevenir transtornos mentais graves, como a depressão. Por meio da gestão de emoções e da mudança de hábitos negativos, o adolescente consegue enfrentar as pressões externas enquanto cuida da saúde mental.
Elevação da autoestima
A terapia trabalha questões emocionais que impedem as pessoas de alcançarem o seu verdadeiro potencial, como vergonha e falta de autoestima. É muito comum desgostar da aparência ou personalidade na adolescência por uma série de fatores, que podem ser explorados com o psicólogo.
Desenvolver o amor-próprio e a autoconfiança em adolescentes pode levar alguns meses, já que costumam ser monossilábicos nas primeiras consultas. Eles geralmente se soltam diante do psicólogo no decorrer do acompanhamento psicológico.
Estabelecimento de objetivos
Até os mais jovens precisam de um propósito de vida ou, ao menos, objetivos para enriquecer o seu desenvolvimento cognitivo. A terapia possibilita a descoberta de novos interesses, bem como o estabelecimento de objetivos que estimulam a produtividade, como fazer um curso ou praticar um esporte. Embora o adolescente possa se demonstrar arredio no início, é recomendado incentivá-lo a persistir.
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